O setor alimentar evoluiu muito nas últimas duas décadas e as portas de certos mercados só se abrem se as organizações possuírem determinadas certificações. Atualmente, existem produtos cada vez mais transformados e complexos – é raro comprarmos produtos que não estão embalados – e, consequentemente, uma oferta mais abrangente para um mercado cada vez mais exigente. No entanto, ao serem produtos transformados, apresentam mais perigos para os consumidores. 

 

Muitos dos ingredientes destes produtos são produzidos noutros países, em condições desconhecidas e, por isso, para evitar situações de fraude, é crucial a criação de uma relação de confiança, que só é possível através da certificação. E esta relação de confiança não é apenas importante para garantir a segurança dos consumidores, mas também para manter a reputação das próprias organizações. 

 

Atualmente, existem muitos mercados que exigem certificações específicas. Por exemplo, o BRC é uma norma inglesa que há mais de uma década é exigida para a exportação para a Inglaterra. 

No seguimento desta norma surgiram outras no âmbito da segurança alimentar e que incorporaram estas questões da fraude. O BRC é uma norma que vai evoluindo em conformidade com as especificidades do mercado e tem a vantagem de ser a primeira grande norma a ser definida, em termos de segurança alimentar, com a promoção do retalho. 

 

A IFS foi adotada pela distribuição alemã, francesa, italiana e espanhola para a segurança alimentar. Os grandes países europeus promovem a IFS como norma de certificação, sendo exigida aos fornecedores por grandes cadeias de distribuição. 

Quando estas normas começaram a surgir, a ISO 22000 ainda não existia. O grande problema, ao contrário de outras áreas como a qualidade ou o ambiente, é que a área da segurança alimentar só passa a ter uma norma ISO em 2005. Posteriormente, foi criada uma plataforma internacional designada por Global Food Safety Initiative (GFSI), que tentou chegar a uma norma que fosse consensual. No entanto, perante a existência de tantas normas, não foi possível escolher apenas uma, optando- se por um sistema de benchmarking para estabelecer o que seria aceitável. 

 

Neste contexto, o reconhecimento da ISO 22000 neste sistema de benchmarking passou pela definição da norma FSSC 22000 que acrescenta alguns requisitos. 

As várias cadeias de distribuição nacionais têm acompanhado o que se passa a nível internacional, mas não tendem para nenhuma das normas. 

A ISO 22000 e a FSSC 22000 continuam a ter muito peso no mercado nacional que, por tradição, valoriza as normas ISO e as grandes cadeias têm aceite estas normas de forma positiva. 

Por outro lado, existem cadeias estrangeiras em Portugal que atuam com as políticas do seu grupo. 

 

Apesar da certificação ser voluntária, existe uma pressão crescente pela obtenção da mesma, principalmente na área da segurança alimentar em relação às normas BRC, IFS e FSSC 22000, aprovadas no GFSI. Todas estas normas dizem respeito aos mesmos assuntos e evoluem simultaneamente, portanto, a escolha da organização por uma delas depende dos seus clientes e das necessidades dos mesmos. 

 

A SGS é uma entidade de certificação de reconhecimento mundial, independente e idónea, sendo, sem dúvida, uma grande vantagem num processo de internacionalização agroalimentar. 

 

Isabel Berger