A procura por fontes de energia renováveis em culturas agrícolas tem vindo a oferecer algumas oportunidades económicas e alguns riscos ambientais, relacionados com a intensidade de cultivo e competição com culturas para alimentação. Com vista a encontrar uma solução produtiva e com baixo impacto ambiental, o projecto OPTIMA, com investigadores da Universidade Nova de Lisboa, estudou o impacto ambiental de quatro culturas perenes em solos marginais.
Para avaliar o impacto das culturas foram estudadas as emissões relacionadas com aplicação de fertilizantes e fitofármacos, impacto nos solos e águas e na diversidade biológica e paisagística.
O desafio de cultivar em terrenos considerados marginais é tão grande para estas espécies quanto para outras espécies agrícolas, para as quais se considerou que estes terrenos não ofereciam condições para se atingir níveis de produtividade interessantes do ponto de vista económico. No entanto, a atribuição de novos usos para estes terrenos poderá ajudar a combater o abandono e ser uma fonte de rendimento em terrenos já não cultivados.
O estudo baseou-se na comparação entre o impacto ambiental de uma área não cultivada com o impacto de cultivar cardo (Cynara cardunculus), cana comum (Arundo donax) e duas outras gramíneas de grandes dimensões, Panicum virgatum (um parente do escalracho) e Miscanthus x giganteus. Foi ainda comparado o impacto do trigo, como cultura de referência. Os ensaios de campo foram realizados na Grécia, Itália e Espanha.
Os resultados apontam para impactos reduzidos do cultivo destas culturas perenes em comparação com a cultura do trigo. A cana comum tem impactos semelhantes ao da cultura do trigo. Panicum e Miscanthus são as culturas que menos nutrientes consomem em comparação com a sua alta produção de biomassa. Por outro lado, estas culturas perenes permitem proteger o solo da erosão em comparação com terrenos abandonados. O cardo, como espécie comum na região do Mediterrâneo, é aquela que tem menor impacto na biodiversidade da região.
O artigo que aqui referimos tem, no entanto, a desvantagem de não referir em detalhe as condições e sistemas de cultivo das espécies perenes.
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