O fogo bacteriano é uma das mais temidas doenças das pomóideas em todo o mundo. É considerada especialmente nefasta em pereiras, sendo também nesta cultura que é mais temida no nosso país. A sua natureza bacteriana complica a luta contra a doença e os produtos que mundialmente estão ao dispor não se adequam às exigências ambientais e dos consumidores. A luta contra o fogo bacteriano em árvores com sintomas exige a remoção e queima dos tecidos afectados de forma a evitar contaminação a outras árvores, com custos elevados.
A prevenção é assim melhor forma de combate e a obtenção de variedades resistentes é um ponto fundamental, sendo que tanto os porta-enxertos, como as variedades para produção de fruta têm um papel importante. Em diversos estudos de avaliação da susceptibilidade das variedades ao fogo bacteriano foram identificadas e classificadas as variedades mais ou menos afectadas. Nos estudos citados, a variedade Magness aparece sempre entre as que melhor resistem à doença.
Partindo da necessidade de encontrar variedades com valor comercial e resistentes ao agente Erwinia amylovora, investigadores da Turquia têm realizado cruzamentos entre variedades conhecidas pela sua capacidade de resistir à doença, de forma a produzir híbridos mais resistentes e prevenir a doença. Partindo de três variedades escolhidas tanto pela baixa susceptibilidade (Magness) como pela importância comercial (Williams e Santa Maria), usadas como componente materna, foram realizados cruzamentos com pólen das variedades Akça, Ankara, Conference, Güz, Kaiser Alexandre, Kieffer e Taş (importantes na fruticultura turca). Foram assim obtidos 21 híbridos que foram inoculados com isolados de E. amylovora altamente virulentos, de forma a avaliar quanto à sua capacidade de resistir à doença. Os híbridos foram classificados segundo um índice obtido pela razão entre o comprimento de rebento infectado e o comprimento total do rebento inoculado. De acordo com os resultados, o híbrido mais resistente foi Magness × Kieffer (índice 19,69%) e o menos resistente foi o Williams × Taş (92.31%).
Foram ainda avaliados os frutos destes híbridos, quanto ao seu valor comercial. Um terço dos frutos de cruzamentos com Magness obtiveram valores de classificação quanto a sabor e resistência que permitem continuar a desenvolver variedades comerciais.
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