O feijão-frade é uma das leguminosas mais cultivadas no mundo, com especial importância na dieta de populações dos trópicos. De facto, pensa-se que esta espécie seja originária de África de onde se expandiu para outros continentes.
Na Europa é cultivado em países de clima mediterrânico, como Portugal, Espanha, Itália e Grécia sendo, ainda assim, pouco importante, tanto no que respeita ao seu valor económico como no que respeita à sua presença na alimentação humana. De facto, em algumas regiões tropicais não só o grão é consumido, como também as folhas e rebentos, já que toda a planta é altamente nutritiva. Tal como as restantes leguminosas, o grão seco é muito rico em proteínas e aminoácidos essenciais. É ainda rico em vitaminas do complexo B, fibra, ferro e zinco, sendo um bom complemento de dietas baseadas em cereais.
O seu valor nutricional justifica que se considere a expansão desta cultura, mas outra característica que cada vez se torna mais importante é a sua capacidade de crescer em solos pobres e áridos, condições que se prevê que possam ser cada vez mais comuns nas regiões de clima mediterrânico.
Com base nestes factos, em todo o mundo se tem estudado a espécie e identificado marcadores moleculares para programas de melhoramento. Em particular, já se identificaram marcadores moleculares associados a resistência a plantas parasitas, tripes e fungos. Existem ainda linhas de investigação para melhoramento do tamanho do grão e para tolerância a condições de seca.
A tolerância ao stress hídrico do feijão-frade é de facto uma das suas mais-valias. Diversos estudos apontam para que esta é uma das culturas com maior capacidade de vingar em condições de aridez e precipitação irregular em regime de sequeiro. Tal deve-se a mecanismos como enraizamento profundo, fecho dos estomas, baixa taxa de crescimento, pequena área foliar, capacidade de ajustar a senescência das folhas e do ciclo reprodutivo, entre outras. O seu pequeno genoma torna esta espécie particularmente interessante para a realização de estudos moleculares, que têm vindo a identificar genes envolvidos nos mecanismos de tolerância a stress hídrico.
Todas estas características levam a que se investigue mais esta espécie, em particular na Europa, onde a cultura tem condições ambientais para se expandir. Para além disso, as suas propriedades nutricionais justificam que possa vir a ser mais um alimento com impacto económico.
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