A diversificação de culturas em Portugal tem vindo a mudar a paisagem e a desafiar lugares-comuns. Com o crescente interesse do mercado nacional e internacional em super-alimentos e na diversificação da alimentação, aparecem novas culturas com potencial económico.
Na área da fruticultura, tem-se verificado uma grande expansão da amendoeira e da nogueira em Portugal, em especial no Alentejo, onde estão a ser realizados grandes investimentos em pomares intensivos. Também a cultura do pistácio está a tornar-se cada vez mais uma alternativa, bem como o medronheiro, uma planta vista como apenas silvestre, mas com crescente interesse económico.
Na Beira Baixa as principais culturas de fruto são a cereja e o pêssego, com qualidade e produtividade mais que demonstradas. No entanto, a evolução dos mercados e o recurso ao regadio permitem a diversificação, tornando-se assim possível pensar em novas culturas para a região.
Assim, num estudo realizado por investigadores do Instituto Politécnico de Castelo Branco, foi avaliado o potencial das quatro culturas mencionadas acima para a região da Beira Baixa, tendo em conta tanto as características de clima e solos ao longo da região como as necessidades e adaptabilidade das culturas às condições locais.
Com recurso a análise multicritério, foi possível criar mapas de aptidão para as culturas na região. Assim identificou-se uma área entre Idanha-a-Nova e Castelo Branco correspondente a 16,4% da região, muito apta para o amendoal. A área apta para pistácio ocupa aproximadamente a mesma área do amendoal. Em oposição, a área mais apta para nogueiras ocupa 63,2% da região, para noroeste da linha traçada entre Castelo Branco e Idanha-a-Nova, onde a precipitação durante o Inverno é maior. Finalmente, a área mais adequada ao medronheiro, 15,8% da região estudada, encontra-se a altitude entre 600-800m, no extremo Noroeste.
Os investigadores indicam que estes mapas podem ser usados como apoio à tomada de decisão quanto às culturas a instalar, mas acrescentam ainda que dados como o acesso a rega ou a factores socioeconómicos locais afectam também a decisão e a sustentabilidade das culturas.
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