O declínio do montado de sobro está associado a uma série de agentes físicos e biológicos e condições ambientais. No conjunto destaca-se um fungo – Biscogniauxia mediterranea – causador do carvão do entrecasco.
Em Portugal, a presença desta doença é generalizada em árvores adultas. No entanto, começa-se a observar a sua presença em árvores mais jovens, com sintomas atípicos. Este novo tipo de sintomas observados sugere a possibilidade de estar a ocorrer qualquer tipo de alteração no fungo, o que tem levado algumas equipas de investigação portuguesas a centrarem-se no estudo deste patogéneo.
Em particular, hoje falamos de um estudo que analisou diferenças moleculares entre amostras de fungos recolhidas em árvores de diversas idades e em vários países, tanto da bacia mediterrânica, como da América do Norte e Norte da Europa.
Juntando várias técnicas de análise de diversidade genética, foi observada uma enorme diversidade dentro da espécie de fungo, mas esta não parece estar associada a sintomas diferentes, rejeitando a hipótese de uma mutação que tornasse o fungo mais agressivo.
De facto, a conclusão é mais preocupante, pois aponta para que sejam as alterações climáticas as responsáveis por uma maior susceptibilidade das árvores ao mesmo agente patogénico de sempre. Seria mais fácil pensar em estratégias de combate ao fungo do que às alterações climáticas. Manter a sanidade do montado está então dependente do clima ou de uma enorme criatividade e engenho científico, para reverter estes efeitos nocivos.
Mais um exemplo da excelência da investigação agrícola feita em Portugal:
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