As culturas protegidas, sendo intensivas, têm grande potencial para aceitar os maiores avanços tecnológicos desde a automação a novos substratos e materiais. No campo da automação existe uma variedade de funções onde há espaço para implementar novas tecnologias: controlo e monitorização ambiental, monitorização das necessidades de nutrição ou protecção das culturas e até automatização da instalação da cultura e da colheita.

Dados os ciclos curtos, a proximidade entre as plantas e o facto de se tratar geralmente de monoculturas, a monitorização contínua pode fazer a diferença entre chegar à colheita ou perder uma cultura para uma doença ou problema ambiental. Por outro lado, existem tarefas que podem ser facilmente automatizadas, como já o é a rega e fertilização.

O uso de robots em agricultura protegida está muito ligado à monitorização ambiental usando redes de sensores sem fios. Estas permitem ainda a coordenação das máquinas para outras tarefas, como aplicação de fitofármacos ou até colheita.

Dada a grande importância económica das culturas protegidas em Espanha, nomeadamente na região de Almeria, não é de estranhar encontrar investigação de ponta vinda deste país para a melhor gestão das estufas. Neste caso, através de automação. Em particular, a experiência espanhola em estufas permite não só passar da teoria à experimentação no campo, como também, dada a proximidade e semelhança de sistemas culturais, importar a experiência espanhola para as estufas portuguesas.

A tecnologia aqui relatada consiste no desenvolvimento e teste em condições reais de uma dupla de robots equipados com sensores para monitorização de condições ambientais em estufas. Um dos robots é terrestre, o outro aéreo (os chamados drones). A troca de informações entre os dois é a grande vantagem deste sistema, que permite tirar partido das vantagens que ambas as máquinas oferecem, colocando-as em cooperação.

O veículo terrestre carrega o aéreo enquanto vai realizando as tarefas programadas de monitorização. Quando encontra obstáculos, tem falta de bateria ou ocorrem anomalias nas medições, o veículo aéreo descola e procede com as tarefas.

O sucesso do desempenho dos robots depende não só da eficiência dos sensores, mas ainda de todo o trabalho de planeamento e programação, que implica a definição dos caminhos a seguir e da própria capacidade de localização relativa dos veículos dentro da estufa.

O sistema foi primeiro testado através de simulações computorizadas de estufas do tipo e dimensão das típicas estufas de Almeria e mais tarde numa estufa real da Universidade de Madrid, com características diferentes das das estufas de produção, nomeadamente, a disposição irregular das plantas, criando mais desafios de navegação.

Os investigadores conseguiram com este sistema usar veículos de modelos comerciais equipados com sensores para temperatura, humidade, luminosidade e concentração de dióxido de carbono e desenvolver algoritmos para o seu uso em situações reais.

Sem dúvida que vamos ficar atentos a mais desenvolvimentos desta equipa.

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