O grão-de-bico é uma das mais importantes culturas de leguminosas em todo o mundo, sendo uma fonte de proteína extremamente interessante e completa. É cultivado em todo o mundo, sendo mais importante em regiões onde o acesso a carne ou peixe na dieta é reduzido. No entanto, historicamente, o grão-de-bico foi também uma fonte de proteína muito valorizada na Europa em Portugal, em particular.
Tal como as restantes leguminosas, tem a capacidade de se associar ao rizóbio para fixar o azoto atmosférico. Tal como outras plantas, é ainda possível a sua associação com fungos do tipo micorrizas, reduzindo as necessidades de fertilização. Para além destas simbioses, o facto de ser uma cultura bem adaptada a condições de climas instáveis, incluindo altas temperaturas e seca, tornam o grão-de-bico numa cultura cada vez mais procurada para soluções de adaptação a alterações climáticas.
Num estudo realizado em Portugal, procurou-se quantificar o efeito das simbioses com espécies de rizóbio (Mesorhizobium mediterraneum) e micorrizas (Rhizophagus irregularis) no crescimento e produtividade do grão-de-bico em diferentes condições hídricas, bem como a possibilidade dos microrganismos contribuírem para o teor proteico do grão.
Para três condições hídricas, sem défice, com défice moderado e com défice severo, foram avaliados quatro tratamentos: sem inoculação, inoculação com rizóbio, inoculação com micorriza e com ambos. As plantas foram cultivadas em vasos e, ao fim de três meses, foi quantificada a produção de grão por planta e as suas características. Também o crescimento das raízes, a presença de micorrizas e os nódulos foram quantificados.
Os resultados mostraram como a inoculação com os dois tipos de organismos levou a um maior crescimento em condições sem défice hídrico. No entanto, a inoculação não teve qualquer efeito benéfico em condições de défice severo. Em condições de défice moderado, apesar de não haver diferença na produtividade em peso do grão, as plantas inoculadas com cada um dos microrganismos ou ambos mostraram um teor de proteína superior ao de plantas não inoculadas, mostrando a capacidade das estirpes de microrganismos em sobreviver nestas condições e beneficiar a qualidade do grão.
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