Nos últimos tempos, as polémicas da Tesla têm trazido para dia-a-dia cada vez mais a discussão sobre automóveis eléctricos. Enquanto vemos cada vez mais automóveis eléctricos, desde os citadinos Renault Zoe e Nissan Leaf, até aos supercarros Concept_One, da croata Rimac, será que está para breve semelhante mudança na indústria de tractores agrícolas?
Em todos os ramos das indústrias ligadas aos transportes, a redução de emissões e aumento de eficiência é uma das maiores preocupações. As tecnologias mais desenvolvidas são, neste momento, os motores eléctricos a bateria, os híbridos plug-in e os a hidrogénio. Os motores a bateria têm vindo a generalizar-se com a redução dos preços das baterias e sua maior eficiência e autonomia. Já os híbridos, têm como maior vantagem a maior autonomia dada pelo motor de combustão interna, mas tornam-se mais dependentes de manutenção, já que são dois motores para manter. Quanto aos veículos movidos a hidrogénio, são os campeões a não emitir poluição no seu funcionamento, os motores ocupam mais espaço do que motores de combustão interna, mas são mais eficientes.
Na indústria de tractores para a agricultura, têm vindo a surgir modelos oferecidos pelos principais produtores. A John Deere chamou a atenção com o seu protótipo Sesam, um modelo que funciona com uma bateria de lítio que alimenta um motor de 300kW, cerca de 400cv. Por mais espectacular que pareça, a sua autonomia de 4 horas e as 3 horas que a bateria leva a carregar não o tornam ainda uma opção viável.
Mais fácil de chegar às nossas explorações será o Fendt e100 Vario, um pequeno tractor com um motor de cerca de 67cv, com autonomia até 5 horas que, na versão “super-carregador” pode carregar a sua bateria de lítio até 80% em 40 minutos. Enquanto a bateria recarrega, pode ainda ir arrefecendo ou aquecendo a cabine, para maior conforto do operador.
No mundo académico, existem diversas soluções em estudo, com universidades a desenvolverem protótipos que daqui a algum tempo poderão encontrar-se à venda.
Uma preocupação no desenvolvimento de equipamentos agrícolas movidos a energia eléctrica, que torna o seu desenvolvimento menos interessante para alguns fabricantes, é que, em muitas regiões rurais do mundo o acesso à rede é limitado, o que dificulta o carregamento das baterias e consequentemente torna a opção eléctrica menos interessante. A alternativa hidrogénio torna-se mais interessante por reduzir a necessidade recargas constantes.
O principal obstáculo neste momento está ligado com a pequena quantidade de tractores de cada modelo que é produzida em comparação com a indústria automóvel, tornando os custos de mudança de tecnologia mais difíceis de suportar e os preços mais elevados.
Para uma revisão do estado da arte, saiba mais aqui.
Deixe o seu comentário