A redução do impacto ambiental da produção animal é uma preocupação generalizada em todo o mundo, sendo que, o crescimento da população gera uma grande pressão sobre o aumento da produtividade. A carne de aves, em particular de frango, dada a sua alta eficiência de conversão alimentar, tem um impacto ambientar baixo, comparativamente com ruminantes, por exemplo.
Mas a intensificação da produção de aves tem no reverso a selecção por raças de crescimento rápido, mais susceptíveis a doenças. Ao mesmo tempo, nos países desenvolvidos tende-se para sistemas de produção que potenciem o bem-estar dos animais e se afastem dos problemas relacionados com a produção intensiva, como a produção biológica e os frangos do campo.
A discussão sobre os sistemas de produção mais ou menos amigos do ambiente tem ainda muito para ser tido em conta e são vários os determinantes a ponderar na avaliação do que significa ser sustentável. Seguindo uma análise multi-critério, uma equipa de investigação italiana avaliou e comparou a sustentabilidade de três sistemas de produção de frangos: convencional intensivo, ar livre e um sistema combinado de ar livre dentro de um olival. No primeiro os animais estavam confinados com ambiente controlado e alimentação com concentrado, durando um ciclo de produção 57 dias, com uma concentração de 12,69 aves por metro quadrado. Nos sistemas ao ar-livre, a concentração de aves foi de 1000 por hectare, com um ciclo de 90 dias. Em ambos os sistemas ao livre, os animais tinham abrigos móveis para a noite e pastando. No sistema combinado, as aves providenciavam os serviços de monda e fertilização do olival.
Os três sistemas foram avaliados em relação ao seu desempenho ambiental
Em relação ao impacto no ambiente, o sistema intensivo teve melhor desempenho no uso do espaço e combustíveis fósseis; o sistema combinado foi o melhor no impacto nas alterações climáticas, acidificação, emissão de gases causadores de problemas respiratórios (SO2 e NO) e no índice de biodiversidade.
Do ponto de vista do impacto social, o sistema intensivo foi o pior e o combinado o melhor, com pouca diferença em relação ao sistema ao ar-livre.
Do ponto de vista económico, o sistema intensivo foi o melhor na conversão de alimentos e taxa de mortalidade, enquanto os outros dois foram igualmente bons nas características da carne (mais tenra, com menos gordura). O sistema combinado foi o melhor quanto ao teor em ácidos gordos bons e rendimento líquido.
A avaliação destes desempenhos foi então feita nas perspectivas do empresário, do consumidor e do cientista, já que cada um destes grupos dá um peso diferente a cada determinante. O único sistema com avaliação positiva em cada uma das perspectivas foi o combinado, o sistema ao ar-livre teve uma avaliação próxima de zero para consumidores e empresários e negativa para os cientistas e o sistema intensivo teve sempre uma avaliação negativa.
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