A alfarroba é uma árvore presente em todo o mediterrâneo, existindo provas da sua utilização na alimentação de suínos desde há 2000 anos e diversas considerações mais ou menos empíricas cobre as suas qualidades nutritivas. A alfarroba é rica em açucares simples e o seu baixo teor em gordura é composto essencialmente por ácidos gordos polinsaturados ómega 3 e ómega 6. Estas características tornam-na interessante como suplemento alimentar, não fora alguns estudos em ruminantes destacarem os efeitos anti nutricionais do elevado conteúdo em taninos. Porém, os taninos também são interessantes dado o seu efeito antioxidante.

Num estudo realizado em Itália, avaliou-se a introdução de polpa de alfarroba na alimentação de suínos e o seu efeito na qualidade da gordura intramuscular e na oxidação da carne. Foram avaliados três grupos de animais alimentados com ração comercial, onde foram testadas duas dietas onde se adicionou à ração 8% e 15% de alfarroba, mais o grupo controlo, sem suplementação de alfarroba. Os animais foram abatidos com 300 dias e o músculo do lombo foi enviado para laboratório a fim de ser analisado. As amostras de músculo foram então analisadas para o conteúdo em gorduras e para a oxidação nos dias 0, 5 e 9 após abate.

Não foram encontradas diferenças significativas no peso dos animais entre cada um dos tratamentos. Já na composição da gordura intramuscular foram encontradas diferenças, sendo a carne de animais suplementados com alfarroba mais rica em ácidos mono e polinsaturados e menos em ácidos gordos saturados em comparação com o controlo.

Quanto à oxidação da carne, os investigadores verificaram que nas amostras de animais alimentados com a dieta contendo mais polpa de alfarroba (15%) a oxidação era maior, provavelmente devido também ao alto teor em polinsaturados, mais facilmente oxidáveis. Os autores esperavam que os taninos presentes na polpa de alfarroba tivessem o efeito contrário, dado seres antioxidantes, no entanto estes efeitos estão ainda dentro do aceitável para consumo.

Uma vez que se encontram cada vez mais aplicações industriais para a semente de alfarroba, o cultivo de alfarrobeiras apresenta-se muito interessante na região mediterrânica. Ao mesmo tempo, a polpa de alfarroba aparece como um subproduto da produção de goma da semente de alfarroba, apresentando-se como um suplemento alimentar de baixo custo.

Os ensaios experimentais referidos neste estudo foram realizados em animais cruzados de Pietrain x Large White. Seria interessante conhecer o efeito da polpa de alfarroba em raças menos musculosas e com maior teor de gordura intramuscular, como as ibéricas, onde a disponibilidade de polpa de alfarroba também é grande.

 

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