Periodicamente surgem na imprensa notícias sobre alimentos alternativos, tanto para uso humano, como para uso em alimentação animal. Um artigo de 2014, realizado por investigadores da FAO e da associação francesa de zootecnia, introduz-nos com rigor ao mundo do uso de insectos como ingredientes de rações.
Neste artigo, publicado na revista científica Animal Feed Science and Technology*, podemos encontrar uma lista de espécies de insectos e de que forma podem ser usados na alimentação de diversas espécies animais. Se não surpreende a sua utilização em aquacultura, já é mais menos convencional a sua aceitação em rações para bovinos.
Tendo como motivação cálculos algo preocupantes que calculam um aumento de 60% no consumo de produtos de origem animal em 2050, os investigadores sintetizam o estado dos conhecimentos nesta área.
São analisadas quatro espécies de insectos com potencial para serem exploradas: as larvas da mosca Hermetia illuscens, larvas e pupas de moscas domésticas; o escaravelho Tenebrio molitor, gafanhotos, grilos e bichos-da-seda. Estas espécies quando usadas como alimentos fornecem cerca de metade do seu peso em proteína e um terço em gordura. Em particular, destaca-se a elevada proporção (60-70%) de ácidos gordos insaturados das moscas domésticas e dos grilos. Em comparação com rações à base de peixe ou de soja, as rações à base de insectos têm no entanto algumas carências nos aminoácidos metionina e lisina e também em cálcio, exigindo algum tipo de suplementação.
Estes investigadores analisaram também a palatibilidade destas rações e verificaram uma boa aceitação em diversas espécies animais, desde peixes de aquacultura, a aves e ruminantes.
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