A produção de ostras em aquacultura tem vindo a crescer em todo o mundo e também no nosso país. O sucesso desta actividade depende de diversos factores, incluindo parâmetros físicos e químicos da água, tais como nutrientes, salinidade, temperatura, turbidez, pH, ou oxigénio dissolvido. Estes parâmetros podem influenciar a taxa de crescimento das ostras, o seu ciclo reprodutivo e a qualidade do produto final, pelo que a sua monitorização é de enorme importância.

Três destes parâmetros foram escolhidos por uma equipa nacional, para testar um sistema de monitorização, onde sensores transmitem as medições para um servidor, onde a informação é armazenada, ao qual o utilizador pode aceder através do seu computador ou telemóvel.

Os parâmetros escolhidos foram a temperatura, a condutividade e a turbidez da água. A temperatura é o parâmetro que mais influencia o crescimento das ostras, tendo uma relação directa dentro dos valores normais de temperatura da água do mar na nossa costa, como se verifica com a maior taxa de crescimento durante os meses de Verão. Já a turbidez está relacionada com a presença de sólidos em suspensão e verifica-se que as ostras crescem melhor em áreas com baixa turbidez, com nutrientes e com o crescimento de fitoplâncton. Por fim, os valores de condutividade da água, quando normalizados, permitem determinar também a salinidade.

Os investigadores desenharam um sistema, onde um utilizador pode receber leituras dos parâmetros e programar alertas. Indicam ainda, que o sistema pode ser adaptado a outros tipos de medições, podendo ser usado para outros tipos de aquacultura.

No sistema piloto que conceberam este sistema ressalvam que recorreram a material de baixo custo, conseguindo instalá-lo por cerca de €500. Este foi capaz de adquirir dados dos sensores e carrega-los no servidos de IoT. Consideram que, para uma utilização em produção será preciso passar para sensores e outros equipamentos mais robustos. Em ensaios futuros, para afinar o potencial em ambiente de produção, preveem instalar os sensores em plataformas flutuantes, que acompanham as marés. Preveem ainda que estes sensores sejam capazes de enviar dados até distâncias de centenas de metros, sendo a maioria do sistema equipada com energia solar.

Saiba mais aqui.