A diversidade de manchas de solos dentro de uma exploração ou até de um campo, representando necessidades de cuidados diferentes, é uma realidade bem conhecida nas nossas condições. Em sistemas de agricultura de precisão, a determinação das necessidades de fertilização, rega ou de controlo de infestantes quer-se tão próxima quanto possível da realidade de cada ponto no terreno e, por isso, tem-se vindo a desenvolver sistemas de detecção e amostragem cada vez mais precisos.
A utilização de drones em agricultura de precisão é uma das formas de obtenção de dados cada vez mais disseminadas em agricultura de precisão, conseguindo uma resolução de imagens ao centímetro, que permite agir praticamente à escala da planta.
Já a utilização de realidade aumentada no campo pode permitir o fornecimento de informação não apenas em relação ao visível, mas também outros tipos de informações e medições, através do uso de óculos especiais, que vão fornecendo as informações à medida que o utilizador se desloca através do campo.
A combinação das duas tecnologias, recolha de imagem por drones e realidade aumentada, foi testada na Finlândia para permitir mapear as diferentes colorações do solo e depois guiar o operador pelo campo, para recolher amostras de solo para análise. O sistema assim desenhado foi concebido para ser usado sem necessidade de um operador conhecer a programação, apenas colocar os óculos e deslocar-se pelo terreno para recolher amostras de terra. Assim, ao colocar os óculos, o utilizador deve ver os pontos aonde se deve deslocar para fazer as amostragens e deve ser informado, através de sinalização, dos locais onde já foi e daqueles onde ainda não foi.
Os autores do artigo aqui divulgado desenharam um sistema de obtenção de dados onde um drone sobrevoa o campo equipado com uma câmara capaz de detectar diferenças de coloração no solo. Neste primeiro passo, o solo terá de estar completamente nú, de forma obter informação precisa. Os autores destacam que existe neste passo uma fase de calibragem de forma a conseguir que as imagens aéreas consigam vir a formar um mapa preciso. O programa é então ser capaz de automaticamente indicar o número de amostras que é necessário recolher e a localização de cada ponto no campo.
Neste sistema, tanto o veículo aéreo como os óculos são modelos comerciais, que funcionam com sistemas operativos comerciais.
No sistema desenvolvido os autores exigem uma lavoura do terreno para obtenção de dados sobre coloração do solo, o que não é compatível com sementeira directa. Destacamos, no entanto, o projecto nacional projeto MechSmart Forages liderado pelo Instituto Politécnico de Portalegre, que usa imagens aéreas obtidas em campos sem mobilização e onde é o verde das infestantes a emergir que indica as variações de necessidades de actuação na área do campo.
Saiba mais aqui.
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