O uso de drones em agricultura de precisão está cada vez mais generalizado, com uma evolução da tecnologia capaz de responder a variadas necessidades. O recurso a imagem multiespectral em culturas arvenses em maior escala e lenhosas em menor, permite acompanhar a evolução ao longo do ano das culturas, permitindo o cálculo de diferentes índices e melhoramento constante das operações no campo. As imagens aéreas multiespectrais permitem calcular índices combinando a informação em diferentes comprimentos de onda: visível, vermelho e próximo do infravermelho. Estes índices permitem retirar conclusões sobre o estado das culturas e do solo, permitindo saber o estado sanitário e hídrico das culturas.
Em culturas lenhosas como nectarinas, vinha, citrinos e amêndoas, existem estudos e experiência de campo com resultados muito positivos. Daí a que se vá aumentando o leque de culturas em estudo para aplicação destas metodologias. Uma dessas culturas é a cerejeira, para a qual ainda existem poucos estudos de índices baseados em imagens aéreas, mas cuja expansão da área de cultivo a nível mundial pode beneficiar de novas tecnologias. Em particular, a cereja é um fruto com um crescimento rápido, o que torna as decisões necessariamente rápidas também, durante esta fase.
Dado a expansão do cultivo da cerejeira na última década se ter centrado maioritariamente em países de clima mediterrânico, é natural que seja nestes países que se encontre mais investigação, como acontece com o artigo que se divulga esta semana, de investigadores espanhóis.
Os índices que se obtêm com base em imagem podem ser úteis no planeamento da rega e também na previsão de produção, com base na área foliar. A previsão da produção tem particular relevo na cultura da cereja dado a apanha ser uma operação que requer muita mão-de-obra, permitindo gerir este recurso.
Os ensaios de campo foram realizados num pomar comercial com rega em duas épocas consecutivas. Foram testados três modelos de rega: um controlo, onde não houve limite de água; rega deficitária a 90% na pré-colheita, 100% na diferenciação floral e 65% no pós-colheita; e outro tratamento com rega a 100% da ETc na pré-colheita e diferenciação floral e 55% pós-colheita. As imagens foram obtidas em dois voos em cada ano, na primavera (pré-colheita) e no verão (pós-colheita), estes permitiram calcular cinco índices.
Os resultados obtidos mostraram que a imagem remota permite avaliar com sucesso o estado hídrico da cultura, se bem que não tão bem como a avaliação contínua convencional no campo. Os índices não permitiram verificar variações entre plantas dentro de um tratamento de rega. No entanto, existem diferenças entre os índices usados.
A informação recolhida também permitiu o desenvolvimento de modelos de previsão de produção por árvore, com enorme utilidade na preparação da época de colheita.
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