O planeamento da irrigação da vinha é frequentemente apoiado por indicadores eco-fisiológicos da resposta da planta ao deficit hídrico. Indicadores comuns são a condutância estomatal e o potencial hídrico foliar. Estes indicadores conseguem integrar a influência da atmosfera e do solo no comportamento da planta. No entanto, a relação entre o conteúdo de água no solo e na planta é difícil de generalizar devido aos efeitos diferentes de diferentes tipos de solos, culturas, ou condições atmosféricas.
O potencial hídrico medido antes do amanhecer é um dos indicadores mais precisos do estado hídrico da vinha e bastante usado para a calendarização da rega. No entanto, para ser preciso, necessita de recorrer a um grande número de observações por talhão de vinha, o que o torna caro em trabalho e tempo consumidos. Como alternativa a este tipo de medições, surge a medição da reflectância híper-espectral no infra-vermelho e no visível, que é relativamente mais fácil de obter através de imagens de satélite ou de espectro-radiómetros manuais ou instalados em drones.
Baseados nestes pressupostos, têm sido desenvolvidos esforços na Região Demarcada do Douro de desenvolver um método expedito de medir o potencial hídrico da vinha recorrendo a um espectro-radiómetro manual. Os ensaios realizados pretenderam encontrar os melhores preditores do potencial hídrico antes de amanhecer nas castas mais comuns no Douro.
Foram então realizadas as medições tanto de potencial hídrico como da radiância híper-espectral antes de amanhecer, de modo a encontrar uma relação estatística entre elas. Os ensaios ocorreram em 2014 e 2015. Diferentes tipos de modelos estatísticos foram testados, de forma a encontrar aquele que melhor relaciona os dois tipos de medições.
Os resultados deste estudo permitiram encontrar três índices baseados na radiância que permitem ser usados como previsores do estado hídrico da vinha. Estes índices estão relacionados com diferentes estados fisiológicos da vinha, tendo um real significado biológico.
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