A aquacultura é a área de produção animal para alimentação com maior crescimento actualmente. Em todo o mundo, os países asiáticos lideram em quantidade e valor, sendo a China responsável por 60% da produção mundial. Na Europa, o líder é a Noruega, seguida por Espanha e França.
A expansão da aquacultura não tem sido, no entanto, totalmente sustentável, já que muita da produção depende da exploração de recursos selvagens para transformação em alimentos para as espécies produzidas em cativeiro. Também os efluentes da aquacultura têm começado a gerar alguma preocupação.
Uma abordagem com vista à sustentabilidade é a aquacultura multitrófica integrada. Este modo de produção recorre à combinação de várias espécies de organismos, de diferentes níveis tróficos, que se complementam na utilização de nutrientes e resíduos e, nalguns casos, permitem a sua reciclagem. Uma vantagem acrescida da combinação de diferentes espécies é também uma maior estabilidade no rendimento da exploração.
Nestas explorações combinam-se espécies de peixe ou crustáceos (camarão) que necessitam ser alimentadas, com outras que se alimentam dos seus resíduos, como moluscos filtradores ou absorvem os nutrientes em excesso, como algas ou plantas aquáticas.
A abordagem integrada tem ainda a vantagem de permitir uma exploração intensiva. Numa primeira abordagem, têm sido testadas várias macro-algas para absorver nutrientes em excesso nos efluentes. Já a presença de organismos capazes de filtrar a água para se alimentar, permite a redução de sólidos em suspensão, incluindo microrganismos. Têm sido estudados vários grupos de invertebrados filtradores, desde poliquetas e esponjas que se observam muitas vezes a proliferar junto de instalações de aquacultura, até bivalves.
Estudos recentes têm verificado uma boa combinação da produção conjunta de peixes e bivalves. Espécies com interesse comercial como mexilhões e ostras conseguem reduzir as concentrações de clorofila, fosfatos e amónio nas águas, bem como sólidos em suspensão, como restos de alimentos e fezes dos peixes. Já os pepinos-do-mar, com importância económica na Ásia, têm a capacidade de se alimentar de detritos libertados na produção de moluscos.
Este modo de produção ainda está a dar os primeiros passos, sendo que existe muita investigação tanto teórica, com desenvolvimento de modelos matemáticos para estimar produtividades, como aplicada, com ensaios realizados em explorações em todo o mundo.
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