A procura por novas variedades mais produtivas, mais resistentes a doenças, com menor consumo de água, ou maior eficiência no uso de nutrientes, tem sido uma constante no melhoramento vegetal moderno. No limite desta vontade de conhecer mais a fisiologia e conseguir maior eficiência existem linhas de investigação em várias partes do mundo que tentam descobrir como melhorar a eficiência do principal processo químico: a fotossíntese.
É sempre com bastante expectativa que se procura por nova investigação sobre fotossíntese e os avanços no conhecimento deste conjunto de reacções são contínuos. No entanto, são muito pequenos os passos que se conseguem ir dando, pois a complexidade dos processos químicos e a forma como interagem entre eles é tal que uma revisão da literatura mais recente encontra mais expectativas da parte dos autores de artigos científicos do que respostas.
Uma das vias de melhoramento está ligada ao funcionamento da molécula Rubisco, a responsável pela fixação do dióxido de carbono numa forma orgânica. Reconhecendo que existe diversidade natural nas propriedades catalíticas desta molécula que ainda está pouco explorada, um grupo de investigadores, associados ao centro de Rothamsted e ao CIMMYT (Centro Internacional de Melhoramento do Milho e do Trigo), têm trabalhado na identificação de moléculas de Rubisco mais eficientes e na sua sequenciação. Este trabalho em particular foca-se na exploração da diversidade em 25 genótipos de Triticeae, isto é, trigo e parentes próximos, incluindo centeio, cevada e outras espécies não cultivadas. O objectivo será identificar variantes de Rubisco com propriedades catalíticas que potenciem uma maior eficiência fotossintética do trigo e, consequentemente, maior produtividade.
Ao focar-se em plantas parentes do trigo, os investigadores tentam que seja possível incorporar as características de maior eficiência através de cruzamentos clássicos, sem necessidade de recorrer a transformação (i.e., transgénicos).
Dos 25 genótipos avaliados e sequenciados, dois revelaram-se interessantes do ponto de vista da eficiência fotossintética. Pertencem a plantas das espécies Aegilops cylindrica (uma gramínea não cultivada) e Hordeum vulgare (a cevada). Em particular, a variante de Rubisco pertencente à cevada tem ainda a característica de ser mais eficiente a 35oC, o que lhe confere especial interesse em climas mais quentes, permitindo uma melhor fixação de carbono na fase de enchimento do grão.
Saiba mais aqui.
Deixe o seu comentário