O pistácio é uma cultura originária do médio oriente, que vem recebendo cada vez mais interesse por parte dos agricultores portugueses. É muitas vezes considerada uma espécie de clima desértico, dada a sua capacidade de crescer em solos salinos e fraca tolerância a encharcamento. Estas características tornam-na particularmente interessante quando nos deparamos com cenários de seca extrema.
No entanto, as alterações no clima português que tornam esta cultura tão interessante também podem acarretar riscos na sua generalização no nosso território, já que o frio é essencial para a quebra da dormência e floração. Em ensaios realizados na Tunísia, foram encontradas diferenças significativas entre cultivares quanto ao início da época de floração e exigência de frio. As cultivares locais tenderam a florir mais cedo que as exóticas, indicando necessidades de frio diferentes entre cultivares. No entanto, ainda não são completamente conhecidos os mecanismos de acumulação de horas de frio e se são necessárias também temperaturas mais elevadas para quebrar a dormência e induzir a floração.
Um dos efeitos conhecidos da ausência de horas de frio suficientes é então a floração tardia, mas este efeito pode ser no extremo bastante nefasto, pondo em risco a produção de frutos. Para os investigadores tunisinos, as temperaturas de Invernos amenos podem pôr em risco a viabilidade da cultura em cenários de aquecimento.
Se o conhecimento das características das variedades é importante na sua escolha e adequação a diferentes regiões, já as características químicas dos frutos tornam esta cultura extremamente interessante em termos comerciais.
Em estudos recentes, tem-se verificado que a riqueza em ácidos gordos mono e polinsaturados cria sinergias entre estes compostos com efeitos no metabolismo da glucose. Estes efeitos tornam o pistácio num alimento com interesse para doentes com diabetes ou insulinorresistência.
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