A gestão da água é uma das maiores preocupações em climas mediterrânicos. Em Évora, os investigadores de Engenharia Rural trabalham para a melhoria da eficiência do uso da água na cultura do milho. Recorrendo a imagens de satélite recolhidas por câmaras multiespectrais é possível obter de forma precisa dados essenciais para o cálculo de necessidades de rega, que estes investigadores têm usado para desenvolver e calibrar métodos de cálculo para um mais eficiente uso da água.

Ao comparar os dados obtidos por satélite com aqueles que se obtêm por métodos tradicionais, combinando medições no local com as recomendações da FAO, está-se a caminhar para uma calibração de modelos que possam estimar melhor as necessidades de rega reais. Nos resultados obtidos, os investigadores observaram que as estimativas de necessidade de água obtidas por dados remotos foram 20% mais baixas do que as necessidades calculadas com base na metodologia da FAO. Segundo a equipa, o cálculo da duração da cultura recorrendo aos modelos da FAO resultava num período mais longo do que o real, o que implicaria maior consumo de água. As medidas de satélite permitiram uma estimativa mais aproximada à duração real das diferentes fases da cultura do milho em Portugal.

Estes dados são de grande importância para a melhor gestão de perímetros de regadio, tanto no que respeita à precisão das estimativas como na facilidade de obter dados. Os investigadores destacam ainda que os modelos que até agora desenvolveram se baseiam em observações de satélite obtidas a cada 16 dias. Entretanto, a entrada em funcionamento de outros satélites equipados com o mesmo tipo de câmaras permite já a obtenção de mais observações e uma possibilidade de gestão das necessidades de água cada vez mais afinada.

 

 

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